Recebendo novos paz'cientes a partir de 28 de fevereiro de 2025
Um dos grandes valores que a Associação Flor do Amor imprime em sua história é a relação construída com profissionais da saúde que incorporam a cannabis sativa em sua prática médica. São as pessoas que, com suas canetas, vêm reconstruindo a imagem da erva e abrindo caminho para que o tratamento medicinal seja cada vez mais acessível e desmistificado.
Na Flor do Amor testemunhamos diariamente o compromisso desses profissionais com a ciência e com a saúde dos pacientes e constatamos a diferença que o trabalho deles faz na vida de muitas pessoas.
O início
São pessoas como Dr. Andre Delamare, psiquiatra com pós-graduação em cannabis medicinal, cujo interesse pelo assunto começou quando ainda era estudante de farmácia em 2003. Ele relembra que, na época, sugeriu o estudo das propriedades farmacológicas da planta à professora do laboratório de farmacognosia, mas o pedido foi prontamente declinado. Depois, em 2020, quando o mundo havia avançado nesse estudo, André, agora estudante de medicina, aproveitou a pausa nas aulas por conta da pandemia para se especializar no tratamento de doenças com fitocanabinoides.
Desde então, ele vem sendo um dos profissionais da saúde que endossam o uso medicinal da Ganjah. Em seu relato, Dr. André conta sobre como essa planta tem ajudado em áreas da psiquiatria e da clínica médica, tratando dores crônicas, autismo, ansiedade, depressão, transtorno de humor, transtornos do sono, mal de Parkinson e Alzheimer, anorexia provocada pelo tratamento quimioterápico de pacientes com HIV. “Também temos observado bons resultados no controle da pressão arterial, evolução de pacientes autistas com redução de autoagressão e agitação psicomotora, sem falar das boas respostas em tratamento de controle da dor, com o uso do tetrahidrocanabinol, o THC, como ferramenta de analgesia, e o canabidiol (CBD), como ferramenta antiinflamatória, relaxante muscular”, afirma.
Segundo Dr. André, as respostas dos tratamentos com fitocanabinoides se enquadram dentro do que se considera uma forma terapêutica ideal para os pacientes, com respostas significativas no tratamento dos sintomas trazidos e com baixíssimos efeitos colaterais. “Nesses três anos de prática clínica com a cannabis sativa, observo resultados bem interessantes de famílias que não tinham uma esperança, principalmente no caso de pacientes crônico-degenerativos, como os autistas, os pacientes com Alzheimer, em que a doença não afeta somente o paciente, mas a família toda. Então quando a gente melhora a qualidade de vida do paciente, a gente acaba melhorando também a qualidade de vida da família”.
Outro vetor de transformação na vida das pessoas é a Dra. Júlia Amaral, médica da família. Uma das pacientes que acompanha apresenta quadro sério de endometriose. Dra. Júlia conta: “Ela sofria muito com dores pélvicas intensas e chegava a ter seu estado de saúde mental muito abalado. Só quem vive com dor diariamente para entender. Mas foi muito emocionante ouvir ela dizendo que nunca imaginou que seria possível conviver com o seu ciclo menstrual, que antes era um gatilho e gerava muito sofrimento. E que agora ela tem conseguido viver de forma mais harmoniosa. Então, a gente não está falando, necessariamente, de cura, mas de uma melhoria muito importante na qualidade de vida dessas pessoas”.
A história da Dra. Júlia Amaral, suas percepções sobre o tema e outros relatos sobre os pacientes que acompanha serão apresentados com mais detalhes na próxima matéria sobre as mãos que contribuem para a Flor do Amor acontecer.
O fim
Do outro lado da linha, os pacientes recebem em mãos, para iniciar o tratamento com acompanhamento médico, um remédio que é, ao mesmo tempo, novo para os dias de hoje e ancestral para a humanidade. O primeiro caso documentado da cannabis medicinal data de 2.800 a.C, quando listada na farmacopéia do Imperador Shen Nung, considerado o pai da medicina chinesa.
Pessoas que antes estavam restritas às possibilidades alopáticas dos tratamentos convencionais, agora começam a usufruir do potencial terapêutico dessa antiga medicina, legitimando aquilo que o saber científico constatou e, principalmente, reconduzindo-a à qualidade de elemento medicinal que a planta sempre possuiu junto à humanidade.
Bruno Mariz é um paciente que trata depressão e ansiedade. Com a terapia canabinoide (CBD e THC), descontinuou o uso de Rivotril e reduziu a necessidade de antidepressivos. “Já cheguei a tomar Lexapro®, Rivotril®, Remeron® (juntos), Ritalina® e bupropiona em dias alternados. Minha família entende que esse (cannabis sativa) é um ótimo remédio e eu me sinto uma pessoa muito mais calma e capaz de pensar mais tranquilamente nas coisas da vida. A vida ficou mais leve e menos difícil de lidar, apesar de ainda ter recaídas”, conta.
Tiago Zimerman também compartilha sua experiência com o tratamento com a erva: “Antes busquei ajuda de uma psiquiatra, que me receitou dois remédios. Fiz tratamento por um mês mas não me adaptei bem. Lembro que eu tinha náusea logo depois de tomar os remédios, dor de cabeça, problema no estômago”. Tiago conta quem foram os óleos de THC e CBD que mais o ajudaram em sua condição psiquiátrica. Antes de conhecer a Associação, acreditava que o uso da Ganjah só era possível para doenças mais graves, como epilepsia, ou para aliviar sintomas do tratamento de câncer. Chegou até a cannabis medicinal ao buscar conhecer mais sobre os óleos produzidos pela Flor do Amor.
E o meio
Ao meio desse caminho, a Associação Flor do Amor busca contribuir para a boa relação médico-paciente, servindo as medicações receitadas, buscando a excelência no padrão técnico em consonância com o saber antigo da planta.
Dr. André explica o motivo pelo qual tem trabalhado em parceria com associações: “Muitas vezes o prazo de importação do remédio não condiz com a urgência do paciente. Há também os casos de condições mais delicadas, como câncer ou um efeito agudo de uma síndrome ansiosa. As associações trazem esse alento para a população, sendo uma via de fácil acesso, extremamente democrática, para competir com as outras indústrias internacionais que se beneficiam da cannabis, com preço mais acessível e trazendo produtos de extrema qualidade, sem agrotóxicos residuais, metais pesados”, afirma.
Para Dra. Julia, as associações cumprem também um papel social importante, no tocante ao custo do tratamento: “As pessoas não têm noção da importância das associações no acesso ao tratamento de cannabis medicinal do Brasil. Sem elas, a gente estaria completamente à mercê das grandes indústrias farmacêuticas que, com seus interesses financeiros, poderiam monopolizar o tratamento. Ou então a gente só teria acesso aos produtos importados. As associações são a linha de frente dessa luta, oferecendo opções de óleos e outros produtos produzidos aqui no Brasil, com excelente qualidade e preços, muitas vezes, mais acessíveis para a população”, relata.
Dra. Júlia conta que um tratamento de cannabis medicinal na farmácia convencional custa, em média, em torno de R$ 2.000 por mês. “Completamente incabível para a grande população brasileira", diz.
Ela completa que, por meio de associações, o tratamento com a cannabis sativa custa em torno de 10% disso: "Hoje, um paciente consegue se tratar com um custo de cem a duzentos reais por mês. É muito para muitas pessoas, mas acho que já um grande avanço”.
Já o paciente Bruno compartilha sua experiência como recebedor de nossas medicinas: “A associação fez com que eu deixasse de sentir peso na consciência por usar cannabis e me faz sentir saudável por estar cuidando da saúde, usando um medicamento limpo, sem impurezas. E também sinto que faço parte de uma comunidade de boas pessoas”, diz.
Nosso trabalho, que muito nos orgulha, consiste na produção de óleos, flores, pomadas, lubrificantes, que tratam diversas doenças, como por exemplo: fibromialgia, anorexia, asma, insônia, esclerose múltipla, epilepsia, Transtorno do Espectro Autista (TEA), mal de Alzheimer, doença de Parkinson, AVC, câncer, ansiedade, depressão, doenças da pele, inflamações, dores crônicas e desequilíbrios do organismo em geral, regulando apetite, intestino, humor e sono.
Nossas mãos cuidadosas trabalham em prol da ampliação do uso medicinal da planta, do resgate do poder espiritual dessa erva sagrada e da busca pela justiça social, ao apoiar aqueles que não têm condições de pagar pelo tratamento. E a maior colheita de nossos esforços é a relação que nutrimos com nossa comunidade!
Com amor,
Flor do Amor! 🌿 💚 🔱
Texto: Pedro Turbay
Arte: Pedro Badu
Revisão: Alexandra Joffily